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Artes Performativas
Performance

Try-dimensions Through Trans-realities

— de Dinis Machado

Try-dimensions Through Trans-realities é uma dança para um elenco de três bailarines queer. Falamos de queer no seu entendimento interseccional, onde pessoas queer, com deficiência, feministas e trans se cruzam, cuidam e aprendem umas com as outras.

Try-dimensions Through Trans-realities parte do potencial da ficção científica para projetar e visualizar futuros interseccionais, através da sua imaginação cyborgue: onde uma jornada em direção a uma androginia possível acompanha uma saída dos cânones do natural em direção a corpos construídos. Neste trabalho, movides pela ficção, corpes trans e cis constroem-se e são construídos por constelações de próteses imaginárias, recomposições e desmontagens.

Neste trabalho, o termo trans-realidade é reapropriado como metáfora para o espaço de compreensão onde a partilha de experiências de dissociação e construção de identidades possibilita uma plataforma de entendimento mútuo.

Try-dimensions Through Trans-realities é tanto sobre como habitamos os espaços digitais para experimentar e incorporar as nossas identidades prostéticas, como sobre como regressamos e nos reenvolvemos com o mundo convencional transformades por esta experiência. Sobre como nos aproximamos de nós própries ao estarmos juntes. Sobre como habitamos o espaço do palco como uma tecnologia primitiva onde podemos experimentar realidades utópicas. Sobre como dançamos com as memórias digitais dos nossos corpes desejados no espaço analógico do palco, tornando as experiências virtuais do desejo em realidades tangíveis e existentes.

Produzida após as eleições suecas que levaram o partido populista ao governo, refletindo o surgimento de políticas semelhantes em toda a Europa e no mundo, juntamente com a sua criação e instrumentalização de ódio em relação às corpas trans, este é um trabalho de crise. Uma obra de resiliência perante um cenário contemporâneo que busca definir e tornar impossíveis e inabitáveis as vidas queer. Ocupando o teatro como um espaço provisório de vivência subjetiva queer, não de forma teatral, mas como uma fortaleza de subjetividade. Não como um futuro utópico positivista, mas como um espaço onde se aceita que se tem medo e onde se recebe, convive e sobrevive com as coisas que sentimos, juntes.

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