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Ustad Noor Bakhsh ⟡ Mbye Ebrima

ter24.10.2322:00
Galeria Zé do Bois


Ustad Noor Bahksh
Mbye Ebrima

Ustad Noor Bahksh

Existem várias formas de começar a história de Ustad Noor Bahksh. Onde se arranca? Talvez pela idade, aos 78 anos o músico paquistanês (da zona do Baluchistão) está a ganhar uma notoriedade que há cinco anos julgava impossível. Neste verão fez uma digressão por dez países europeus, foi a festivais como Roskilde e, agora, a meio do outono, passa também por Portugal. Há ano e meio, isto seria inimaginável. O que nos leva a outra forma de iniciar a apresentação, em 2018 um vídeo de um “pescador pobre a fazer música incrível” ficou viral e chamou a atenção de Daniyal Ahmed, um estudante de antropologia que se dedica a coletar música tradicional do Paquistão, mas também os seus intérpretes, para que não fique perdida. A busca levou algum tempo, só o conheceu em 2022. Podemos arrancar outra vez? Em 2022 aconteceu o primeiro Boiler Room no Paquistão e a estrela foi, sem sombras de dúvidas, Ustad Noor Bahksh e a forma como toca o seu benju, uma variação do dulcimer, que chegou ao Paquistão há cerca de cem anos pelos japoneses. Nesse mesmo ano, começou a sério a carreira internacional, com o lançamento do EP “Jingul”, que teve uma crítica muito elogiosa da Pitchfork.

Uma última forma de arrancar com um texto, o benju. Como se o modo como o toca não fosse, por si só, arrepiante, saber que usa uma versão eléctrica do instrumento e um amplificador que é carregado por uma bateria de um carro e um painel solar apimenta a história. Mas, claro, isso é o que víamos no tal vídeo de 2018, entretanto as coisas mudaram. Pode-se escolher a versão que se quiser para começar a contar a história de Ustad Noor Bahksh, ou todas já agora, mas nenhuma funciona melhor do que ouvir a sua música, uma versão moderna, de trance acelerado, de música tradicional que o músico paquistanês recria no seu instrumento entre o êxtase e um domínio exuberante. “Jingul”, a carta de apresentação formal para a internacionalização, reúne canções persas e curdas, que há muito fazem parte do repertório do músico. Há décadas que a lenda tem crescido no Baluchistão, agora, quase a chegar aos oitenta anos, é a vez de ir a sítios e tocar em palcos que seriam inimagináveis há pouco mais de um ano. Há tempo para tudo, agora é altura de conhecer e viver a música de Ustad Noor Bahksh. AS

Mbye Ebrima

Mbye Ebrima, korista, compositor, cantor e contador de história oral, nasceu na Gâmbia numa família jéli, tocadores de kora e reputados conhecedores e divulgadores da história oral mandinga-kaabunké há muitas gerações. A sua entrada na europa deu-se com uma digressão por três países (Alemanha, Áustria e Suíça) e 47 cidades com a Mother Africa Circus Company. Em 2015, fixou residência em Portugal, onde ainda hoje reside e trabalha como músico. Na sua carreira musical, Ebrima tem tocado nos mais diversos palcos, festivais e espetáculos (Coliseu do Porto; ZIFF Festival, Tanzânia; VII Noia Harp Fest, Galiza; Festival Iminente, Lisboa; World in Harmony, Lisboa) e tem colaborado com diferentes músicos como Selma Uamusse, Pedro Jóia, Moullinex, Remna, Eneida Marta, Kimi Djabaté, Marta Miranda, entre outros. Criou em 2019 o primeiro Festival de Kora em Portugal na Fábrica Braço de Prata com emissão na RTP Internacional, RTP África e RTP 2. Atualmente grava dois álbuns para os seus projetos com a banda e a solo, que se caracterizam por sonoridades que vão da world music e world fusion, ao blues e música tradicional Mandin.

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