Natalie Mering afirmou-se na memória colectiva como uma compositora excepcional, nela reside uma serenidade invulgar e a sua voz abre-nos a porta desse espaço de tranquilidade que é Weyes Blood. É com a sua tonalidade profética, numa voz cosida às orquestrações folk, que tem tanto de ancestral como actual que Weyes Blood vai indicando o caminho. Camada sobre camada, pianos sobre pianos, guitarras sobre guitarras para alcançar ‘Titanic Rising’ — editado pela Sub Pop —, um álbum de consagração que se desconstrói no topo de atmosferas sedosas e devolve-nos até aos problemas mais bacocos da modernidade. “Espero que possam sorrir durante o apocalipse”, disse Weyes Blood sobre a sua música em 2015, quatro anos depois, é possível repeti-lo, embora ‘Titanic Rising’ se apresente corporalmente mais complexo, a ternura mantém-se e com o apocalipse a aproximar-se, Natalie continua a fazer-nos sorrir. Após ter arrematado a curiosidade de todos com o segundo disco ‘The Innocents’ em 2014, Weyes Blood é agora uma certeza, ‘Titanic Rising’ moveu-se facilmente até ser aclamado pela crítica, da Pitchfork à Rolling Stone. Foi no alto da sua sensibilidade que por três vezes desarmou públicos na ZDB, é por isso, um regresso ansiado, mas é sobretudo um regresso pleno de felicidade. JH
Weyes Blood ⟡ Ana Roxanne
Ana Roxanne
É um caso emergente na indústria musical norte-americana, Ana Roxanne tem origens no sudeste asiático, mas nasce na região da Bay Area, na Califórnia. Editou em Março o EP de estreia “~~~”, nele transporta-se uma certa melancolia, camadas de introspecção e uma determinada espiritualidade, apesar de encontrar inspiração nas divas pop dos 80’s e 90’s, Ana Roxanne descende de uma família sonora próxima de Juliana Barwick ou Grouper. Nas canções dx artistx reside a urgência de levantar temáticas longe dos credos conservadores, a sua intersexualidade, a identidade e o género enquanto gatilho lírico de libertação. Uma voz que pretende e deve ser ouvida. JH
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