ZDB

Artes Performativas
Dança
Performance

YELLOW PUZZLE HORSE

— Dinis Machado

qui27.05.2119:00
qui27.05.2121:00
sex28.05.2119:00
sex28.05.2121:00


© Lo River Lööf
© Lo River Lööf
© Lo River Lööf
© Lo River Lööf

A performance terá lugar no NOVO NEGÓCIO, cumprindo as regras de distanciamento social previstas pela DGS.
A lotação é limitada e uso de máscara obrigatório.

Sinto falta de uma rapariga teenager que fugiu para a floresta.
As calças de desporto lilás de cintura descida e o top de lycra branca.
O casaco grande demais.
Os cigarros proibidos e a poesia esboçada.
A nostalgia eufórica e o humor rebelde.
Sinto falta do seu caminhar despreocupado pela floresta, evadindo-se como protesto.
Eu sou essa rapariga, às vezes.

Yellow Puzzle Horse é uma dança numa floresta construída para um vestido feito em casa . O vestido, tão importante quanto a costura e a dança, como trabalhos proibidos.
O que significa ser andrógina quando se está sozinha, longe do olhar de outras pessoas? O que é a androginia como uma relação consigo mesmo? Durante os últimos meses, enquanto o mundo se fechava em isolamento, comecei a passar mais e mais tempo na floresta a pensar, a fantasiar e a experimentar essa dança. Passar tempo na floresta fez-me perceber e relacionar-me com a matéria em transformação. Da mesma forma que a mesma matéria assume a forma de uma árvore, de um insecto, de um cogumelo, de um urso ou uma baga. Também a forma como a baga se transforma em urso quando é comida, como a árvore se transforma em cogumelo quando é ocupada pelo fungo, ou como o cogumelo se torna parte do meu corpo quando eu o digiro.

Observo o quão perto os nossos corpos estão de se transformar na árvore e no cogumelo – como a matéria se transporta de constelação em constelação de vida – ao mesmo tempo que minha atenção está ocupada com questões de género – o que eu não é suposto eu fazer, sentir, vestir, ser. Género, tal como a floresta, parece-me um espaço de constelações mutáveis, onde uma coisa se pode tornar noutra, mas também se pode decompor e repousar no espaço intermediário, quando a árvore não é nem a árvore nem o fungo, mas uma constelação sem nome no meio deste processo.

Esta dança constrói um corpo ficcional em busca de uma relação com um vestido, enquanto paradoxalmente se dissolve em contínuas metamorfoses, hospedando emoções, imagens, traumas e sensações. Impressões, flashes, memórias vagas e fragmentos narrativos esvaziados. Movida pelo desejo.

A variação work in progress “Uma dança para um vestido na floresta” foi encomendada por Anna Asplind para Sjösala Dansbana – Unexpected Movements em parceria com Riksteatern.

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