Em poucos meses, as ZZZ’s tornaram-se num dos segredos mais promissores do sempre irrequieto underground japonês. Após um merecido reconhecimento internacional, em muito cimentado pelas actuações em eventos como o SXSW e o CMJ 2012, a paixão demonstrada por Thurston Moore despertou uma maior atenção por este power-trio feminino. Na verdade, a justificação deste mérito não reserva qualquer tipo de interpretação teórica ou discussão de complexidade estética, antes pelo contrário: concentra-se precisamente no carácter de urgência tão fundamental ao rock que se assuma como tal. De uma fina linhagem no-wave, as ZZZ’s devolvem o fogo benigno um dia atiçado ao Ocidente por conterrâneas como Afrirampo ou até mesmo Melt Banana. Melodias vertiginosas, gritos de guerra e convulsões rítmicas afinam o motor desalinhado da banda. Orgulhosamente atonais, os temas dos EPs inaugurais Prescription e Magnetica guiam-nos a um submundo sónico iluminado por relâmpagos, lasers e néones. O que mais existe por lá é coisa para se confirmar frente a frente, como os grandes desafios. NA
