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Música
Concertos

Chuck Roth

sex28.11.2522:00
Galeria Zé dos Bois


© Peter Gannushkin

Chuck Roth

Numa das notas que Chuck Roth escreveu sobre watergh0st songs deixa o aviso de que as canções mudam a cada momento que ele as toca, ou seja, não são algo estante, antes representações do momento, seres vivos que não podem ser enjaulados numa ideia. Parece ingénuo – afinal, não deveria ser toda a música assim, sempre diferente, a cada momento, a cada acção? – mas está relacionado com as origens de Chuck Roth, treinado em guitarra clássica, onde a liberdade pode entrar na interpretação, mas não na estrutura. Por isso, quando nos visitar, essas canções – e outras – existirão enquanto essa ideia viva.
Editado pela Palilalia de Bill Orcutt, watergh0st songs e Chuck Roth são um dos acontecimentos de 2025. Não é o álbum de estreia, antes houve Document 1 na Relative Pitch Records, só que há uma vontade cristalina em watergh0st songs que se eleva a tudo o que possamos ouvir antes e depois dele. Uma demonstração bonita de canções muito bonitas, em que fluência, cadência e pontuação exibem-se com uma sensação de naturalidade. Essa ideia, de naturalidade, música ao natural, eleva-se à própria construção das canções. Quando se ouve a ideia de música gutural há uma associação ao noise, a que é livre e furiosa também surge lado-a-lado do ruído, Chuck Roth dá algo diferente, mantendo as origens dessas associações.
As canções que ouvimos dele até ao momento são puras e reflectem alguém sem máscaras. Voz e guitarra fluem em paralelo, as letras escondem pequenas narrativas que se ouvem como contos. Música que não deixa espaço para o exagero, porque o exagero está em ela existir. É perfeita e essa perfeição assombra. Como poderá ser isto melhor? Por experiência, ao vivo o todo só se irá elevar. Esperem o melhor do mundo no palco.
AS

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