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Música
Concertos

Cortex ⟡ José Lencastre, Hernâni Faustino e João Sousa

qua19.11.2521:00
Galeria Zé dos Bois


Cortex
José Lencastre © Carlos Ramos
Hernâni Faustino © Carlos Ramos
João Sousa © Carlos Ramos

Cortex

Parte bem activa dessa inesgotável fonte de vitalidade jazzística que emana do solo Escandinavo, este quarteto Norueguês leva já quase duas décadas de contínua afirmação positiva da sua “Avant Garde Party Music” – Daniel Spicer™ na Jazzwise. Expressão aparente e tendencialmente contraditória, mas que é cunhada aqui com impunidade, para uma música que parte dos trâmites do free jazz para fazer disso um acto celebratório, evitando a postura confrontacional ou 100% cerebral que é demasiadas vezes norma nestes campos de exploração. Formados por Thomas Johansson no trompete, Kristoffer Berre Alberts no saxofone, Ola Høyer no contrabaixo e Dag Erik Knedal Andersen na bateria, têm demarcado a sua própria linguagem por entre conterrâneos seus como The Thing ou Atomic pelo seu compromisso espiritual para com o lado mais exultante da tradição free jazz dos anos 60, sem fazer disso um acto reverencial ou de mera reescrita das suas fundações. Os temas, de uma natureza simples e maioritariamente magicados por Johansson em acerto harmónico com Alberts, abrem-se a improvisações fogosas, explorando um novelo melódico e rítmico aparentemente infinito que se renova continuamente com um sentido de direcção e risco sempre certeiro.
BS

Trompete Thomas Johansson Saxofone Kristoffer Berre Alberts Contrabaixo Ola Høyer Bateria Dag Erik Knedal Andersen

José Lencastre, Hernâni Faustino e João Sousa

José Lencastre, Hernâni Faustino e João Sousa reúnem-se num trio que mergulha profundamente na arte da improvisação livre. Três nomes fundamentais da cena jazzística e experimental portuguesa, cada um com vasto percurso em projetos nacionais e internacionais, exploram em conjunto os limites do som, do silêncio e da interação musical. Uma viagem sonora intensa, onde cada nota é criada no momento e cada silêncio é tão significativo quanto o som.

José Lencastre
José Lencastre é um improvisador, compositor e saxofonista de Lisboa, Portugal. É conhecido pela sua versatilidade na interpretação de diferentes géneros musicais ao longo dos anos e faz parte da vibrante cena improvisada portuguesa desde cerca de 2005, partilhando o palco e gravando com a maioria dos músicos locais, bem como colaborando com artistas internacionais de todo o mundo. Entre 2012 e 2016 morou no Brasil onde teve a oportunidade de desenvolver o seu interesse pela rica cultura musical rítmica, melódica e harmônica do Choro, Frevo, Ciranda, etc. Em Pernambuco formou o Inconsciente Coletivo, um trio de sax, teclado e bateria que tocava principalmente as suas composições. De regresso a Lisboa, juntamente com Rodrigo Pinheiro, Hernâni Faustino e João Lencastre, José formou o Nau Quartet. Este grupo tem quatro discos editados até à data, todos eles muito bem recebidos pela crítica e pelo público, tanto em Portugal como no estrangeiro. Em Novembro de 2019 é editado pela Clean Feed, Live in Moscow, registo de um dos concertos da tour que o grupo fez na Rússsia. Participou em vários outros álbuns como líder ou co-líder, e tem recebido críticas muito positivas em jornais ou sites de prestígio como Jazz.pt, All About Jazz, Free Jazz Blog, Salt Peanuts, NYC Jazz Records, Ipsilon, entre outros. Tem tido a oportunidade de se apresentar ao vivo em vários países, tais como França, Alemanha, Inglaterra, Eslovénia, Sérvia, Rússia, Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Marrocos, e Espanha. Desde 2017, tem ido várias vezes à Holanda, e fruto desse encontro com músicos da cena free e improv de Amesterdão lançou juntamente com Raoul van Der Weide e Onno Govaert o album Spirit in Spirit – Live at Zaal 100. Um outro grupo fruto destas viagens é o trio com Miguel Petruccelli e Aleksandar Škorić. Em 2020 lançou Anthropic Neglect juntamente com Jorge Nuno, Felipe Zenícola e João Valinho. Este grupo tocou no ano seguinte no Festival Jazz em Agosto, para uma lotação esgotada no grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian. José Lencastre é co-fundador da editora Phonogram Unit. Este projeto nasceu durante a pandemia de 2020 e tem como objetivo lançar música improvisada e contemporânea na qual os músicos que dela fazem parte estão envolvidos. Em Setembro de 2021 é editado pela Phonogram Unit o álbum “Thoughts are Things”, onde o Nau Quartet convida Pedro Carneiro para adicionar a sua marimba à sonoridade do quarteto.

Hernâni Faustino
Depois de se ter afirmado nos anos 80 como baixista elétrico em bandas de rock alternativo, como os hoje lendários K4 Quadrado Azul, Hernâni Faustino voltou-se para o avant-jazz e para a música livre improvisada, escolhendo o contrabaixo como instrumento autodidata. Duas décadas depois de múltiplas interacções com músicos portugueses e internacionais, é hoje considerado um dos mais intensos e sólidos contrabaixistas da cena portuguesa. A associação que mantém com o baterista Gabriel Ferrandini (RED trio, Nobuyasu Furuya Trio & Quintet, Rodrigo Amado Wire Quartet) tem sido apontada como uma secção rítmica dinâmica e poderosa. O seu toque visceral é bem visível nas contorções do seu rosto durante uma atuação: vai até aos limites do prazer e da dor.A música é a sua vida: para além de músico, foi um dos membros da editora Clean Feed, considerada uma das cinco mais importantes do planeta no que respeita ao jazz, e da Trem Azul Jazz Store, situada em Lisboa. Compôs também para teatro, produziu programas de rádio e escreveu sobre música em algumas revistas. Os numerosos encontros e colaborações de Hernani Faustino com outros improvisadores são surpreendentes: John Butcher, Lotte Anker, Nate Wooley, Carlos “Zíngaro”, Agustí Fernández, Sei Miguel, Rafael Toral, Jason Stein, Nuno Rebelo, Rodrigo Pinheiro, Gabriel Ferrandini, Pedro Sousa, Rodrigo Amado, Albert Cirera, Manuel Mota, Luís Lopes, Paal Nilssen-Love, Jon Irabagon, Peter Evans, Alexander Von Schlippenbach, Taylor Ho Bynum, Gerard Lebik, Piotr Damasiewicz, Harris Eisenstadt, Neil Davidson, Heddy Boubaker, Gerard Lebik, Elliott Levin, Katsura Yamauchi, Mats Gustafsson, Chris Corsano, Nikolaus Gerszewski, Rob Mazurek, Reinhold Friedl, Ernesto Rodrigues, José Oliveira, Helena Espvall, Nuno Torres, Ricardo Jacinto, Blaise Siwula, Virginia Genta, Elliott Levin, Daniel Carter, Federico Ughi, Floros Floridis, Matt Bauder, Dennis González, Vítor Rua, e muitos mais, cobrindo um vasto leque que vai do free bop à experimentação extrema, passando pela improvisação electroacústica, o reducionismo e o noise.

João Sousa
João Sousa nasceu a 25 de novembro de 1990 em Faro. Formou-se em Jazz e música moderna pela Universidade Lusíada de Lisboa. Em 2014 inicia o mestrado em Jazz performance – instrumento principal bateria, Royal Conservatory of The Hague onde estuda com o reconhecido mestre holandês Erik Ineke. Neste período tocou com os saxofonistas Ben van den Duncan, Simon Rigter, o pianista belga Johan Clement e gravou dois discos enquanto sideman, “So Far”, Gottfried di Franco quintet editado em 2018 e “It’s time”, Vivienne Chuliao trio editado em 2017. Ficou também em 2º lugar no prestigiado Leiden Jazz Award. Em 2017 conclui o mestrado e volta a Lisboa, cidade onde permanece e dá continuidade à sua exploração e pesquisa artística. Co-lidera com o guitarrista Pedro Branco e como membro fundador do projeto Old Mountain. Este grupo surge em 2016 e desde então iniciam colaborações com diferentes músicos, George Dumitriu, Demian Cabaud, Gonçalo Marques, Nicóló Ricci, José Soares, Felicia Erlenburg, João Hasselberg, Alessandro Fongaro, Mauro Cottone, Carlos Barreto e Nelson Cascais são alguns exemplos destas colaborações. João Sousa teve também a oportunidade de apresentar a sua música em diferentes espaços, teatros e festivais nacionais ou internacionais, Znojmo Jazzfest (república Checa), Sibiu jazz festival (Roménia), Nova Jazz Cava (Espanha), Hot Clube Portugal, Casa da música, Teatro Capitólio, Festival Robalo, Festival de jazz de Loulé, ou Festival de jazz de Minde. No decorrer do ano de 2020 editou em nome de Old Mountain dois discos já gravados em 2017 e 2018 em Amesterdão e outro do colectivo criado no âmbito da residência artística liderada pelo trompetista Gabrielle Mitelli (com Pedro Branco e João Hasselberg), uma parceria entre a Fundação Árpád Szenes Vieira da Silva e o Instituto Italiano da cultura em Lisboa.

Saxofone José Lencastre Contrabaixo Hernâni Faustino Bateria João Sousa

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