São muitos os homens de guitarras, muitos aclamados e admiramos, mas são poucos os que as tratam como Steve Gunn. Está naquele leque de songwriters contemporâneos norte-americanos que é impossível ignorar, o percurso é sólido, desde a sua presença na banda de Kurt Vile até às colaborações com Michael Chapman e Mike Cooper de onde resultou o disco “Cantos de Lisboa”. Nesta última década, Steve Gunn moldou a sua sonoridade, evocando paisagens sónicas psicadélicas e imersivas, porém, outras bucólicas de violas folk e cantigas melosas. Agora, o músico acaba de editar “The Unseen In Between”, o primeiro desde a morte do seu pai e uma brisa de ar fresco nas estradas da folk e country contemporâneas, sedimentadas em inspirações cinematográficas como é a faixa “Vagabond” fazendo alusão ao filme de Agnes Varda. O regresso de Steve Gunn à ZDB é de assinalar, trata-se de um retorno com banda, uma celebração de palco cheio e aquário quente. JH
Steve Gunn Band ⟡ Valley Maker
Steve Gunn
Valley Maker
Corria o ano de 2010, quando Austin Crane se confrontou com Valley Maker, a partir da sua tese desenvolvida na Universidade da Carolina do Sul. É na guitarra que se refugia a espiritualidade das suas canções, divagando sobre paisagens da América sulista e tocando nas extremidades mais bíblicas da religião. Editado em 2018, Rhododendron é o segundo disco de Valley Maker, volta a cruzar espiritualidade e o cosmos, o tempo e o espaço, ao mesmo tempo que se expande em nobreza instrumental. Outro homem, outra guitarra, numa noite de invariável conexão à folk norte-americana, na ZDB.