Entidade divergente da parelha Raime de Joe Andrews e Tom Halstead em panelinha com a mega-requisitada Valentina Magaletti, este trio sediado em Londres revoca uma ideia muito paralela do post-hardcore sem entrar por acessos meramente nostálgicos ou revanchistas. Ao partir de uma reconfiguração dos príncipios base do rock – guitarras e bateria – Moin chegam a uma música que poderia bem ter sido o passo seguinte da lendária Dischord no seu movimento de abertura dos horizontes do género em contacto com pontos de partida do post-rock advindos mais ou menos daí a terem lugar em Louisville e Chicago e na senda mental do post-punk das Ilhas Britânicas. Daí que o termo “post-whatever” que para si escolheram faça, passe alguma presunção que se lhe queira colar, todo o sentido.
Assente numa arquitectura brutalista de guitarras que tanto devem aos harmónicos e cadências assombradas de ‘Spiderland’ como à electrificação hipnótica conduzidas pela polirritmia pára-arranca de Magaletti e pautada por esquissos electrónicos, o som de Moin chegou em 2024 a um patamar ainda mais indicioso da sua transfiguração, após ‘Moot!’ e ‘Paste’, com a edição de ‘You Never End’ – sempre na AD93. Contando com os préstimos vocais de Coby Sey, Sophia Al-Maria, james k e Olan Monk, ‘You Never End’ desenvolve-se em torno de harmonias repetitivas que se vão entrelaçando no ritmo sem pressa de chegar a algum lado, acoplando parcas ideias que revitalizam continuamente a existência destas malhas, de onde emergem essas vozes reais e imaginárias como fio condutor para narrativas obtusas. Como quem anseia o que está ao virar da esquina numa trepidação fixe. BS