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Música
Concertos

Valentina Magaletti ⟡ José Vale

sáb11.03.2322:00
Galeria Zé dos Bois


Valentina Magaletti ©Daria Matriciani
José Vale

Valentina Magaletti

Baterista, percussionista e compositora em franca actividade nos últimos anos, Valentina Magaletti gere uma (aparentemente) inesgotável fonte de recursos com uma determinação e visão pouco vistas. Da força das peles e metais da bateria à delicadeza da cerâmica, da harmonia da marimba ao lixo do quotidiano, dos microfones de contacto a toda uma miríade de madeiras, há na extensa, mas mesmo extensa obra de Magaletti todo um arsenal de formas e soluções que tanto podem passar por estratégias near-silence, como pelo pulso motorik, polirritmias sem tempo nem lugar ou digressões texturais que tanto lhe dão um cunho vincado quanto o põe em causa logo a seguir. Espírito de descoberta, sempre do lado certo da barricada.

Dessa vontade, nasce toda uma expansiva rede de projectos e colaborações. Mais do que aqueles que podemos aqui referenciar, mas onde se incluem as polirritmias hipnóticas do duo CZN ao lado de João Pais Filipe, a fragmentação post-punk de Moin – ao lado de Raime -, a pop psicadélica de Vanishing Twin e colaborações com gente tão estimável e díspar quanto Jandek, Kamasi Washington, Mica Levi, Thurston Moore ou Nicolas Jaar. Foi até parte do The Can Project apresentado no Barbican em 2017, no lugar – insubstituível, diga-se – de Jaki Liebezeit. Ainda assim, honra suprema.

No ano transacto, deixou para a posteridade dois tratados a solo, e é nesse mesmo estado que regressa ao Aquário. Trabalho de pesquisa ao qual não é estranho um certo romance, ‘Batterie Fragile’ leva a artista a explorar o timbre, a textura e possíveis fontes sonoras de um kit de bateria de cerâmica criado por Yves Chaudouët, recorrendo a vassouras, palhetas de madeira e pedaços mais ou menos difíceis de identificar. Já ‘A Queer Anthology of Drums’, lançado em LP pela chinesa bié após versão digital na Takuroku do Café OTO é, como manifestado no título, uma reflexão sobre a sua própria existência, numa colagem expressiva e muito directa e crua de passagens ritualísticas de percussão, gravações campo, acordes tensos de piano e momentos de harmonia espiritual conjurados por Magaletti com toda uma honestidade e encanto inatacáveis. Rainha, claro. BS

José Vale

José Vale é um guitarrista sediado na cidade do Porto que vagueia entre a música improvisada, experimental, noise e rock, tendo sido líder dos projectos: “Fox fist Fight”(2014/2015) e “Tentáculo”(2016/2018), é presentemente líder do projecto “Lucifer Pool Party”, e tem o seu projecto a solo onde explora as vertentes mais experimentais da guitarra eléctrica, como guitarra preparada, processamento e feedbacks. Participa também nos projectos “Unsafe space garden” “Gonzo” e “Davide Lobão”, assim como em outros projectos esporádicos de cariz improvisado. Nestes projectos, pode explorar vários recursos fora do mundo académico, como música totalmente improvisada, conjugada por vezes com música improvisada mais convencional, as ligações entre rock e a maneira de tocar guitarra eléctrica mais típica nesse estilo com a maneira como é utilizada no jazz, fusão de vários estilos musicais, como; rock clássico, funk, jazz, noise, experimental, improvisação livre, reggae, rock psicadélico, rock progressivo, e até aspectos de música erudita. É co-fundador das editoras DIY “CARA PODRE” e “Coração de Boi”. Licenciou-se em Guitarra jazz na ESMAE em 2021.

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