Músico com uma relação de cumplicidade já bem enraizada com este país, através de presenças e colaborações e de onde surge Norberto Lobo enquanto eixo particularmente forte, Giovanni Di Domenico, pianista, performer e compositor conta já com uma discografia que remonta ao final da década passada e que se abre por entre o jazz, a improvisação livre, minimalismo, drone e demais matéria que habita nas fendas entre géneros e que tem servido de bússola para a sua editora Silent Water e encontros com gente como Jim O’Rourke, Tetuzi Akyiama, Tatsuhisa Yamamoto ou Manuel Mota. BS
Giovanni Di Domenico & Manuel Mota ⟡ Maria da Rocha
Manuel Mota
Guitarrista com actividade pública desde 1990.
A sua música inspira-se numa multiplicidade de referências, transmitindo um sentido enigmático de intemporalidade. A sua actividade artística tem sido maioritariamente underground sendo isso um factor importante para alguns aspectos inerentes ao seu trabalho – ausência de adornos, simplicidade de meios e as gravações caseiras são exemplos notáveis. Fundou a editora discográfica Headlights em 1998-99, onde tem lançado a maior parte da sua música. Selecção de outras editoras onde lançou a sua música: Room40, Blue Chopsticks/Drag City, Holidays e Yew.
Maria da Rocha
Violinista e multi-instrumenista com formação clássica e um particular interesse por linguagens de expressão contemporânea. Estudou em Lisboa (ESML/NOVA), Aveiro (UA), Berlim (UDK) e Belfast (SARC). Como intérprete, integrou a Orquestra Gulbenkian em digressão pelo Brasil com o maestro Lawrence Foster e o violoncelista António Meneses. Em ensemble, realizou tour nacional com Benjamin Clementine e também com Sam the Kid+Orelha Negra em Coliseus e Festivais Nacionais.
Membro fundador do ainda ativo quarteto de cordas Hotel, criado para a digressão “Her” de Rita Redshoes pela Rede Nacional de Teatros. Integrou diversas formações de música improvisada, tais como o decateto “Abyss Mirrors” de Luís Lopes, o duo com Maria W Horn ou trio com Norberto Lobo e Helena Espvall (Jazz em Agosto). Como performer, integrou a tour de teatro internacional da “Carta” de Mónica Calle e colaborou com José Fonseca e Costa no seu último filme, Axilas, no papel de Maria Pia, mostrado na rede de cinemas e televisão.
No âmbito da música contemporânea tocou em diversos festivais internacionais tais como Münchener Biennale für Experimentelles Musiktheater no Gasteig, Outono de Varsóvia e Darmstädter Ferienkurse für Neue Musik. Como autora, redigiu três teses de Mestrado e uma de Doutoramento dedicada à criação musical para violino e eletrónica. Produziu dois álbuns a solo, “Beetroot&Other Stories” e “Nolastingname”, nos quais se pode escutar o som dos míticos sintetizadores modulares Buchla 200 gravados no EMS em Estocolmo, numa fusão com o som do violino construído pelo Luthier Fernando Lima. A sua música foi selecionada para diversos documentários, curtas, coreografias e peças de teatro com exibição em festivais tais como Monstra e DocLisboa. Mystery Sonatas é o seu terceiro trabalho autoral, que reúne influências da música homónima do compositor barroco Heinrich Biber, assim como elementos do êxodo e diáspora humana que “Os Protegidos” de Elfriede Jelinek retrata, peça para a qual compôs banda sonora original.