“Com origens na África subsariana, o gnawa é um género híbrido entre expressão musical, rito local da religião islâmica e prática terapêutica. Levada por escravos para Marrocos há cerca de quatro séculos, é um estilo musical em que, à semelhança por exemplo da tarantela em Itália, o estado de transe que provoca tem um efeito tão libertador que lhe são atribuídas propriedades curativas. Em Trance Mission, dança-se ao som de um gnawa especial, fundido com jazz de derivações free e riffs de afrobeat. Criado pelo saxofonista belga Grégoire Tirtiaux, já não é um projeto de gnawa tradicional, mas continua a ser gnawa verdadeiro, não fosse a sua estrela nesta formação o mestre Hassan “El Gadiri” Zgarhi, originário de Marraquexe. O grupo que vamos ver (…) é formado por nove elementos: três norte-africanos, a quem cabe o canto e a percussão hipnótica da “qarqaba”, e seis europeus (incluindo o baterista português João Lobo), que constituem o motor jazz da orquestra. Tanto uns como outros são experimentados improvisadores e o que se pode esperar deste concerto é um encontro em que todos se deixam levar para os mais elevados graus de liberdade que cada um dos seus géneros representam.” FMM Sines