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Música
Concertos

Milan W. ⟡ Melrose

qua15.01.2521:00
Galeria Zé dos Bois


Milan W.
Melrose

Milan W.

Desenhando uma trajectória intrigante, mas em consonância com estes tempos de guinadas e visões múltiplas, Milan Warmoeskersen chega à ZDB num momento de revelação e maturidade com a edição mais ou menos recente e para memória futura de ‘Leave Another Day’ na certeira STROOM. Não que não existisse já bastante valor naquilo que o artista Belga vinha a fazer antes deste passo decisivo, por entre a presença em bandas como Mittland Och Leo ou Beach, aventuranças sob o pseudónimo Crumar Young e três fascinantes discos em nome (quase) próprio. Nesse trilho, iniciado em 2016 com ‘Intact’, foi lapidando uma electrónica que partiu de um caudal deixado em aberto pelo lado mais pastoral da Warp e sua transmutação nos momentos mais enevoados da Ghost Box e meditações para sintetizador de conterrâneos como Lieven Martens nesse disco inaugural, refinado dois anos depois com ‘Envelope’ e a tomar vida própria no impressionismo de ‘In Bloom’.

Passados quatro anos, Milan W. reaparece com uma inesperada cartilha de canções doridas e sonhadoras na forma de ‘Leave Another Day’. É certo que algumas das passagens de ‘In Bloom’ apontavam para o mistério dos Coil instrumentais e são aqui continuadas em contexto em temas como ‘Interlude’, ‘Wanda’ ou ‘Blue Heron’, mas nada nos faria exactamente esperar a languidez de um álbum onde o desespero, a melancolia resignada e aquela vaga luz de esperança após uma separação se espraiam em canções feitas de guitarras acústicas, linhas de baixo fluídas, sintetizadores envolventes e arranjos planantes de música de câmara. Devedoras de uma certa nostalgia outonal bem 80s, iluminadas pelo lustre de ‘Treasure’ dos Cocteau Twins – ‘Ballad’ ou ‘I Wait’ -, pelos rendilhados de guitarra dos Felt da era Maurice Deebanks de ‘All the Way’ ou pelos arranjos delicados e sumptuosos de ‘Wrong One’ e a suster uma voz de barítono arrancada à cama, por entre a neblina. Dream pop algo barroca, a evitar derivações passadistas do Shoegaze mais inócuo, plena de uma emoção que se vai revelando ao seu próprio tempo. Magistral. BS

Melrose

Ethereal, transcendente, místico, hipnótico. Melrose procura navegar intuitivamente as ondas sonoras, através do improviso com a lira e voz, transportando o público para um lugar pleno e profundo, onde podem re-encontrar-se com o seu subconsciente. Na residência “Vaivém”, grava o seu primeiro Ep em estúdio “Almae Sirenes”: uma análise da personagem folklórica da sereia, a procura pela desmistificação da mulher, e a exploração de padrões que a condição humana nos obriga a repetir. Sendo natural da ilha de São Miguel, Açores, as suas raízes, o folklore tradicional e a conexão com a natureza, pintam a melodia que explora neste disco.

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