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Artes Performativas
Teatro

OLÁ, EU SOU O PAI NATAL

— Tiago Barbosa

Este espectáculo teve como ponto de partida experiências de personificação do Pai Natal no contexto de animações em centros comerciais entre 2011 e 2013. Surgiu ali a ideia de escrever uma mentira que virasse do avesso aquilo que tomamos como a verdade do que acontece no natal. Uma grande mentira para ser contada de um espaço cénico para uma plateia. Usar o teatro para revelar uma verdade impressionante. E fazer acontecer o impossível. O Pai Natal. A aparição do Pai Natal perante uma plateia adulta e com certeza descrente. Mas constrangida a crer por estar diante de um palco.

Sejamos justos, nada que não aconteça anualmente em muitas casas na noite de 24 de dezembro, quando alguém se mascara de Pai Natal e aparece de fugida a largar presentes junto à árvore. Acreditam as crianças. E os adultos não. Ou fingem que não. E quase acreditam. O palco doméstico também exalta e convence. O palco de teatro espera-se que ainda mais. Porque magnifica tudo. O Pai Natal aqui entra pelos olhos e pelos ouvidos adentro de quem se senta na plateia. E também pela pele – há felizardos incautos que até recebem beijinhos. Muitos. Sim. Sim. E não. Não são as pessoas que se fazem substituir por um estranho de barbas falsas e rosto familiar, para fingirem que não têm nada a ver com os presentes, subtraindo-se da gratidão e dos beijinhos de quem recebe. É o contrário. É certamente o Pai Natal que, por passar o ano todo retirado no Pólo Norte a fabricar os presentes, dá a oportunidade a cada um de reclamar para si a paternidade da dádiva. Claro. E pois não. O Pai Natal não está. Nunca está. Mas existe. Neste teatro, sim. Pelo menos é o que quer provar o seu corpo inteiro de actor em palco. Até ao fim do espectáculo, está em dívida para com quem já pagou bilhete e o vê. Mas é mesmo ele, o Pai Natal actor. O verdadeiro. A quem devemos todos os presentes e se perdeu do Pólo Norte e de si. Vem agora explicar-se e oferecer-se em dádiva.

Tiago Barbosa

Tiago Barbosa

Nasceu em 1970, em Lisboa. É licenciado em Teatro – ramo Actores/Encenadores pela ESTC. Trabalhou como actor e performer, em espectáculos de teatro e dança, sob a direcção de Miguel Castro Caldas, Gustavo Ciríaco, Nuno Gil, Jorge Andrade e Miguel Pereira, Ainhoa Vidal, Paula Sá Nogueira, Maria Gil, Dinarte Branco e Tiago Nogueira, Martim Pedroso, Mónica Calle, Bernard Sobel, Miguel Loureiro, Lúcia Sigalho, Francisco Alves, João Lourenço, Rita Natálio, Joclécio Azevedo, Vítor Hugo Pontes, Inês Jacques, António Pires, Catalina Buzoianu, Jorge Silva Melo, Adelino Tavares, Paulo Lages, Renata Portas, Marcos Barbosa e Edward Fão, entre outros. Na televisão, participou pontualmente em séries e telenovelas. Trabalhou em cinema com realizadores como Sandro Aguilar, Francisco Manso, Manuel Pradal, entre outros. Participou no projecto de arte e neuro-ciência “Raizes da Curiosidade”. Encenou o espectáculo “A Grande Sombra Loira”, a partir de sonetos de Florbela Espanca.

Gonçalo Alegria

Frequenta o Mestrado em Artes Musicais na FCSH. Estudou música com Walter Lopes, José Eduardo, Mário Delgado, Carlos Zíngaro. Fez estágio em Montagem de Som na Tobis. Fez workshops em cinema e frequentou o curso de ilustração da AR.CO. Foi Professor de Som e de Luz na Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espectáculo do Chapitô. Frequentou o curso de Artes da Performance Interdisciplinares e Tecnológicas, Programa Gulbenkian Criatividade em 2008. Membro do colectivo Silvestre Alegria. Desenvolve uma pesquisa artística interdisciplinar onde usa, entre outras materias, o som, rádio, performance, e a escrita através da qual tem ministrado conferências e wokshops. Trabalha em teatro desde 1999 enquanto compositor, intérprete musical, sonoplasta, responsável pela iluminação e desenho de luz e também actor. Colaborou, entre outros, com Alexandre Pieroni Calado, Miguel Castro Caldas, Ainhoa Vidal, Marina Nabais, Companhia Caótica, João Ferro martins, Daniela Silvestre, Máquina Agradável, Teatro do Vestido, Sílvia Pinto Coelho, João Pedro Vaz, Sub Urbe, Teatro Praga, Ninho de Víboras, Teatro Meridional.

Carlota Lagido

Bailarina, coreógrafa, figurinista. Faz design de figurinos e cenografia para espectáculos de dança e teatro, desde 1989. Colaborou com Vera Mantero, Lucia Sigalho, Francisco Camacho, Paula Castro, Filipa Francisco, Meg Stuart, Clara Andermatt, Amélia Bentes, Paulo Ribeiro, João Fiadeiro, João Galante, Nuno M. Cardoso, Aldara Bizarro, Teresa Sobral, Companhia Inestética, Tiago Cadete, Raquel André, Rui Catalão, Tiago Cadete e Jonas&Lander. Foi assistente de guarda-roupa em vários filmes publicitários entre 2004 e 2006. Fez o primeiro ano do Curso de Mestrado de Teatro, obtendo uma pós‑graduação na especialização de Design de Cena na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa — 2011/2013. É membro da Associação Portuguesa de Cenografia.

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