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Música
Concertos

Susan Alcorn & Hernani Faustino & José Lencastre ⟡ Bernardo Tinoco & João Sousa

qui19.09.2421:00
Galeria Zé dos Bois


© Nuno Martins
Bernardo Tinoco
João Sousa

Entrada livre para sócios.

Susan Alcorn

Uma das maiores expoentes mundiais do seu instrumento, Susan Alcorn levou a guitarra pedal steel muito para além do seu papel tradicional na música country. Tendo começado por pagar as suas dívidas em bandas de country & western do Texas, começou a expandir o vocabulário do seu instrumento através do estudo da música clássica do século XX, do jazz visionário e das músicas do mundo.

Embora conhecida pelo seu trabalho a solo, colaborou com inúmeros artistas, incluindo Pauline Oliveros, Chris Cutler, a London Improvisors Orchestra, a Glasgow Improvisors Orchestra, Joe McPhee, Ken Vandermark, Nate Wooley, Ingrid Laubrock e Leila Bourdreuil, George Burtm Evan Parker, Michael Formanek, Zane Campbell e Mary Halvorson, entre outros.

Em 2016, foi eleita “Melhor Outro Instrumento” pelo International Critics Poll. Em 2017, recebeu o prémio Baker Artist Award e, em 2018, juntamente com o saxofonista Joe McPhee, recebeu o prémio Instant Award in Improvised Music.

O Guardian escreve: “Como improvisadora e compositora, Alcorn provou ser visionária. As suas peças revelam a complexidade do seu instrumento e a sua experiência musical, sem nunca se afastar de uma expressão musical muito direta, intensa e pessoal.”

Hernani Faustino

Depois de se ter afirmado nos anos 80 como baixista elétrico em bandas de rock alternativo, como os hoje lendários K4 Quadrado Azul, Hernâni Faustino voltou-se para o avant-jazz e para a música livre improvisada, escolhendo o contrabaixo como instrumento autodidata. Duas décadas depois de múltiplas interacções com músicos portugueses e internacionais, é hoje considerado um dos mais intensos e sólidos contrabaixistas da cena portuguesa. A associação que mantém com o baterista Gabriel Ferrandini (RED trio, Nobuyasu Furuya Trio & Quintet, Rodrigo Amado Wire Quartet) tem sido apontada como uma secção rítmica dinâmica e poderosa. O seu toque visceral é bem visível nas contorções do seu rosto durante uma atuação: vai até aos limites do prazer e da dor.

A música é a sua vida: para além de músico, foi um dos membros da editora Clean Feed, considerada uma das cinco mais importantes do planeta no que respeita ao jazz, e da Trem Azul Jazz Store, situada em Lisboa. Compôs também para teatro, produziu programas de rádio e escreveu sobre música em algumas revistas. Uma boa parte da sua atividade na fotografia é também orientada para a música: Faustino é um dos mais talentosos fotógrafos de palco da atualidade. Isto diz tudo sobre a sua paixão e empenho.

Os numerosos encontros e colaborações de Hernani Faustino com outros improvisadores são surpreendentes: John Butcher, Lotte Anker, Nate Wooley, Carlos “Zíngaro”, Agustí Fernández, Sei Miguel, Rafael Toral, Jason Stein, Nuno Rebelo, Rodrigo Pinheiro, Gabriel Ferrandini, Pedro Sousa, Rodrigo Amado, Albert Cirera, Manuel Mota, Luís Lopes, Paal Nilssen-Love, Jon Irabagon, Peter Evans, Alexander Von Schlippenbach, Taylor Ho Bynum, Gerard Lebik, Piotr Damasiewicz, Harris Eisenstadt, Neil Davidson, Heddy Boubaker, Gerard Lebik, Elliott Levin, Katsura Yamauchi, Mats Gustafsson, Chris Corsano, Nikolaus Gerszewski, Rob Mazurek, Reinhold Friedl, Ernesto Rodrigues, José Oliveira, Helena Espvall, Nuno Torres, Ricardo Jacinto, Blaise Siwula, Virginia Genta, Elliott Levin, Daniel Carter, Federico Ughi, Floros Floridis, Matt Bauder, Dennis González, Vítor Rua, e muitos mais, cobrindo um vasto leque que vai do free bop à experimentação extrema, passando pela improvisação electroacústica, o reducionismo e o noise.

José Lencastre

José Lencastre é um improvisador, compositor e saxofonista de Lisboa, Portugal.

É conhecido pela sua versatilidade na interpretação de diferentes géneros musicais ao longo dos anos e faz parte da vibrante cena improvisada portuguesa desde cerca de 2005, partilhando o palco e gravando com a maioria dos músicos locais, bem como colaborando com artistas internacionais de todo o mundo.

Entre 2012 e 2016 morou no Brasil onde teve a oportunidade de desenvolver o seu interesse pela rica cultura musical rítmica, melódica e harmônica do Choro, Frevo, Ciranda, etc. Em Pernambuco formou o Inconsciente Coletivo, um trio de sax, teclado e bateria que tocava principalmente as suas composições.

De regresso a Lisboa, juntamente com Rodrigo Pinheiro, Hernâni Faustino e João Lencastre, José formou o Nau Quartet.

Este grupo tem quatro discos editados até à data, todos eles muito bem recebidos pela crítica e pelo público, tanto em Portugal como no estrangeiro.

Em Novembro de 2019 é editado pela Clean Feed, Live in Moscow, registo de um dos concertos da tour que o grupo fez na Rússsia.

Participou em vários outros álbuns como líder ou co-líder, e tem recebido críticas muito positivas em jornais ou sites de prestígio como Jazz.pt, All About Jazz, Free Jazz Blog, Salt Peanuts, NYC Jazz Records, Ipsilon, entre outros.

Tem tido a oportunidade de se apresentar ao vivo em vários países, tais como França, Alemanha, Inglaterra, Eslovénia, Sérvia, Rússia, Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Marrocos, e Espanha.

Desde 2017, tem ido várias vezes à Holanda, e fruto desse encontro com músicos da cena free e improv de Amesterdão lançou juntamente com Raoul van Der Weide e Onno Govaert o album Spirit in Spirit – Live at Zaal 100.

Um outro grupo fruto destas viagens é o trio com Miguel Petruccelli e Aleksandar Škorić.

Em 2020 lançou Anthropic Neglect juntamente com Jorge Nuno, Felipe Zenícola e João Valinho. Este grupo tocou no ano seguinte no Festival Jazz em Agosto, para uma lotação esgotada no grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian.

José Lencastre é co-fundador da editora Phonogram Unit. Este projeto nasceu durante a pandemia de 2020 e tem como objetivo lançar música improvisada e contemporânea na qual os músicos que dela fazem parte estão envolvidos.

Em Setembro de 2021 é editado pela Phonogram Unit o album “Thoughts are Things”, onde o Nau Quartet convida Pedro Carneiro para adicionar a sua marimba à sonoridade do quarteto.

Bernardo Tinoco

Bernardo Tinoco (saxofonista), tem colaborado regularmente com alguns dos músicos de maior relevância no panorama do jazz nacional (André Carvalho, André Fernandes, Carlos Baretto, Diogo Alexandre, Filipe Melo, Gonçalo Marques, João Hasselberg, João Pereira, Nuno Ferreira, Pedro Branco, Pedro Moreira, Ricardo Toscano, Zé Eduardo). Como líder ou sideman tocou em salas de concerto e festivais em Portugal e no estrangeiro. É músico da Orquestra de Jazz do Hot Club de Portugal e da Orquestra Jazz de Setúbal. Colabora pontualmente com alguns dos cantautores portugueses mais aclamados e com grupos de música africana. Conta com participações em trabalhos discográficos de diferentes projetos e lidera atualmente o grupo GARFO (Grupo Revelação do Ano 2021, Prémios RTP / Festa do Jazz) que editou o seu primeiro álbum pela Clean Feed, com apoio da Rádio Antena 2. Também com o apoio das duas instituições mencionadas editou NoMad Nenúfar em parceria com o multi-instrumentista Tom Maciel. Em 2023 integrou o programa “Novos Talentos” promovido pela Orquestra de Jazz de Matosinhos, apresentando-se enquanto solista convidado da orquestra no Cine-Teatro Constantino Nery, Matosinhos e na Festa do Jazz, CCB. É membro da associação Robalo Music. Concluiu a licenciatura em música e o mestrado em ensino da música na variante de jazz pela Escola Superior de Música de Lisboa.

João Sousa

João Sousa nasceu a 25 de novembro de 1990 em Faro. Formou-se em Jazz e música moderna pela Universidade Lusíada de Lisboa. Em 2014 inicia o mestrado em Jazz performance – instrumento principal bateria, Royal Conservatory of The Hague onde estuda com o reconhecido mestre holandês Erik Ineke. Neste período tocou com os saxofonistas Ben van den Duncan, Simon Rigter, o pianista belga Johan Clement e gravou dois discos enquanto sideman, “So Far”, Gottfried di Franco quintet editado em 2018 e “It’s time”, Vivienne Chuliao trio editado em 2017. Ficou também em 2º lugar no prestigiado Leiden Jazz Award. Em 2017 conclui o mestrado e volta a Lisboa cidade onde permanece e dá continuidade à sua exploração e pesquisa artística. Co-lidera com o guitarrista Pedro Branco e como membro fundador o projeto Old Mountain. Este grupo surge em 2016 e desde então iniciam colaborações com diferentes músicos, George Dumitriu, Demian Cabaud, Gonçalo Marques, Nicóló Ricci, José Soares, Felicia Erlenburg, João Hasselberg, Alessandro Fongaro, Mauro Cottone, Carlos Barreto ou Nelson Cascais são alguns exemplos destas colaborações. João Sousa teve também a oportunidade de apresentar a sua música em diferentes espaços, teatros ou festivais nacionais ou internacionais, Znojmo Jazzfest (república Checa), Sibiu jazz festival (Roménia), Nova Jazz Cava (Espanha), Hot Clube Portugal, Casa da música, Teatro Capitólio, Festival Robalo, Festival de jazz de Loulé, ou Festival de jazz de Minde. No decorrer do ano de 2020 editou em nome de Old Mountain dois discos já gravados em 2017 e 2018 em Amesterdão e outro do colectivo criado no âmbito da residência artística liderada pelo trompetista Gabrielle Mitelli (com Pedro Branco e João Hasselberg), uma parceria entre a Fundação Árpád Szenes Vieira da Silva e o Instituto Italiano da cultura em Lisboa.

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