ZDB

Artes Performativas
Teatro

As Mulheres Que Não Veremos Duas Vezes – um ensaio sobre Minetti, retrato do artista quando velho

— de Mónica Calle

02.12 — 05.12.24 19:00
ZDB 8 Marvila — Praça David Leandro da Silva 2, 1950-131 Lisboa


©Alípio Padilha
©Alípio Padilha
©Alípio Padilha

Em ‘As Mulheres Que Não Veremos Duas Vezes – um ensaio sobre Minetti, retrato do artista quando velho’, Mónica Calle volta a criar uma cartografia da cidade, tal como fez há 10 anos após a saída da Casa Conveniente do Cais Sodré. Sem um espaço de criação desde 2014, Calle e a Casa Conveniente continuam a explorar a relação do trabalho performático e artístico com os diferentes contextos de uma cidade.

Partindo dos mesmos materiais: Minetti de Thomas Bernhard, Rei Lear de Shakespeare e da música clássica, e com interpretação de Laura Garcia, Mafalda Jara e Marta Felix, Calle reflete sobre a solidão e sacrifício do artista sem lugar, recuperando uma forte característica do seu discurso artístico que confronta o espaço interior e do teatro com o exterior e a rua – a arte e a realidade quotidiana.

O artista só é um verdadeiro artista se for louco dos pés à cabeça, se se entregar totalmente à loucura, transformando-a no seu método radical. E o mundo que pense e escreva o que quiser. Não pode é ser medricas. O artista não pode ser um medricas, é óbvio. A sociedade cortou-me as pernas ao tirar-me o palco, puseram-me um processo em cima e arruinaram a minha vida. Mas a minha natureza de artista nada sofreu com essa sacanice, pelo contrário. Mas o esforço que isso custa: ser artista na mansarda (sótão) da minha irmã.” Minetti, retrato do artista quando velho.

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Um projeto work in progress, com direção de Mónica Calle, num momento em que a falta de espaço tem dificultado o desenvolvimento do trabalho da Casa Conveniente, o que a tem feito questionar sobre como continuar, pessoal e artisticamente, à semelhança do sucedido há dez anos atrás, com a saída do antigo Cais Sodré (devido às especulações turísticas e imobiliárias). Calle volta a procurar estabelecer relações com diferentes espaços da cidade, com diferentes naturezas e dinâmicas, para pôr em prática um processo de trabalho sobre o texto e a palavra – premissas fundadores no seu trabalho, bem como a intimidade entre ator e público – apresentando este processo de criação em espaços mais e menos convencionais do teatro.

Este espetáculo passará por três espaços em Lisboa: ZDB 8 Marvila, Drama Bar e CAL – Centro de Artes de Lisboa.

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