Na companhia desta banda de Providence, Rhode Island, a palavra empoderamento é uma exaltação que faz aparecer a uma Nova América; queer, latina, feminina. Musicalmente, imaginem o regresso das X-Ray Spex, curtidas pelas guitarras das Sleater-Kinney, ampliadas pela intransigência das Bikini Kill e a agressividade das Lunachicks. Os Downtown Boys reconhecem um legado, mas preenchem-no, liricamente, com um novo olhar, mais militante e inclusivo, mordaz e alegre, colectivo. Sem medo, contra a violência de todos muros. Citando, um famosíssimo tema que a banda homenageou no seu disco Full Communisme (2015), “dançando no escuro”. Porque elas e eles têm centelhas, podem fazer fogo.
Downtown Boys ⟡ Vaiapraia
Vaiapraia
Mas antes, mas antes, o lugar deste fogo terá como protagonista Rodrigo Vaiapraia, também conhecido Vaiapraia Sem a companhia das Rainhas do Baile, este crooner punk de Setúbal, que sublimou medos, fragilidade e desenhos em Amor Duro (2018), toma a palavra com insurreição sensual, contando histórias e memórias, falando de medos e aspirações. Com uma nova banda, a dar o corpo e a voz, das sombras para a luz do palco, das promessas do queerpunk para a coragem da música cantada em português em canções como “Perfeito” ou “Morre Se Queres Morrer” ou “Amor Duro”. Há um (novo) rapaz na cidade. JM