ZDB

Transdisciplinar
segundas na z

Enxoval ~ segundas na z

— de Ânia Pais com Liana Pais e João Feio

seg07.07.2522:00
Galeria Zé dos Bois


enxoval
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ENXOVAL

Considero que o meu trabalho seja talvez uma resposta à terra.
E se não uma resposta à terra, talvez seja um testemunho de uma conversa com ela.
Uma conversa com o espaço e o tempo que me acolhe, com as sensações que se desencadeiam no meu corpo. Interessa-me que o espaço seja o principal influenciador da minha prática, que a paisagem que me rodeia seja aquela que me guia e impulsiona à exploração. A curiosidade toma aqui um grande papel no desenvolvimento do meu trabalho. Existe uma necessidade de fazer acontecer e de viver o próprio acontecimento da criação, do seu processo. Interessa-me como o espaço cria uma motivação e necessidade no meu corpo e no meu espírito, e acima de tudo o papel que a sensibilidade vai ocupar nesta necessidade.
Daí ter interesse por um nomadismo inerente à minha prática, existe uma grande vontade de conhecer o meu próprio trabalho, de o poder descobrir através dos diferentes espaços que ocupo e durante o seu processo de construção quais as suas necessidades depois de experienciar um determinado tempo e espaço. Interessa-me saber até onde ela pode ir e acima de tudo conhecê-la uma e outra vez, viver a experiência do seu acontecimento.

Prometo deitar mais lenha para a fogueira
Arder e fazer arder.

Devia ser sobre essa queimada.

De recolher os ramos necessários
Juntar o corpo com a noite
Perto das estrelas
E no escuro lançar a chama
Vê-la dançante e dançar ao redor dela.

Invocar as bruxas e com elas lançar feitiços.
Rasgar a pele e partilhar o que mora dentro
Dar espaço ao desejo e à vontade
De ser
Como se tiver de ser.
Num rasgo contínuo.

Rasgar e fazer rasgar.

Ânia Pais

Ânia Pais (São Miguel, 1998) artista visual, vive e trabalha entre a aldeia da Atalaia (Covilhã) e Lisboa. Licenciada e Mestre em Pintura pela FBAUL.
Destaca as exposições Habitar o entre, Galeria Municipal Jovem, Palácio Quinta Municipal da Piedade (2023), Sempre e nunca mais, Museu de Arte Contemporânea de Elvas| Coleção A.Cachola, curadoria Ana Cachola e Tiago Candeias (2024) e O fio que nos une, Museu de Arte Contemporânea de Elvas| Coleção A.Cachola (2025). Para além de Portugal, conta com exposições na Grécia, Estados Unidos, França e Canadá; Αδράνεια ΙΙ (2021), Small Changes Big Impact, Dulles (2022), PREMIÈRE, 28a edição – Centro de Arte Contemporânea Abbaye Saint André (2022) e Centro de Arte Oliva (2023), From Dawn, Bienal do linho de Portneuf, espetivamente.
Salienta-se ainda no seu processo de investigação a sua cenografia em A Infinda Apetência da Luz do Sol de Eduardo Molina, uma performance multidisciplinar. Como também as suas exposições individuais In Perpetuum, Cisterna, Faculdade de Belas Artes, U Lisboa (2023), O que ficou, curadoria de Inês Rebeca e Mariana Baião Santos,Espaço Cultural Mercês, Lisboa (2023), Mover a Terra, CAU (2023). Em 2023 conta com o prémio Bolsa Rama – Residências Artísticas no âmbito do Prémio Arte Jovem 8a Edição, Fundação Millennium BCP – Carpe Diem Arte e Pesquisa e com a aquisição de obras pela Colecção António Cachola.
Em 2024 foi nomeada bolseira da edição 2024 dos Project Rooms da Bienal de Fotografia do Porto e bolseira pela Fundação Calouste Gulbenkian de apoio à criação com o projeto coletivo O gesto de fazer o ninho. Conta ainda com a seleção para o livro PEA 2024 – Portuguese Emerging Art 2024 e em 2025 com a seleção para o projeto de residências STUDIOTOPIA 2.0: Enter the symbiocene with Arts and Science na Roménia, um projeto da Europa Criativa.

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