Seguindo a conversa da aula anterior, pensaremos em conjunto na próxima semana a partir do texto de Michel Foucault, História da Loucura na Idade Clássica (1972).
Sugerimos a leitura do Prefácio e de dois excertos disponíveis aqui, referentes à edição da Editora Perspectiva, traduzida por José Teixeira Coelho Netto.
១
“O sonho é uma experiência mais comum e também mais universal que a da loucura”; “ O louco não se engana sempre e em tudo.”; “A loucura somente afeta, de maneira contingente e parcial, determinadas regiões da percepção sensível.”
Ora, Descartes não diz que o sonho “é mais comum e também mais universal que a loucura”. Ele não diz tampouco que os loucos só são loucos de tempos em tempos e apenas em determinados aspectos. Escutemo-lo antes evocar as pessoas que “asseguram constantemente que são reis”. Esses homens que se tomam por reis, ou que acreditam possuir um corpo de vidro, teriam eles uma loucura mais intermitente do que o sonho?