ZDB

Projecto Educativo
Cinema
Cinema no terraço

Paisagens Políticas

— ciclo de cinema por Cátia Rodrigues

ter04.07.2321:00
ter11.07.2321:00
ter18.07.2321:00
ter25.07.2321:00
Galeria Zé dos Bois


'Imagens', Luiz Filho
'Imagens', Luiz Filho
'Imagens', Luiz Filho
'Imagens', Luiz Filho
'Imagens', Luiz Filho
'Meio Dia', Helena Solberg
'Meio Dia', Helena Solberg
'Meio Dia', Helena Solberg
'Meio Dia', Helena Solberg
'Meio Dia', Helena Solberg
'Meio Dia', Helena Solberg
'Meio Dia', Helena Solberg
'Meio Dia', Helena Solberg
'Meio Dia', Helena Solberg
'Meio Dia', Helena Solberg
'ALTIPLANO', Malena Szlam
'ALTIPLANO', Malena Szlam
'ALTIPLANO', Malena Szlam
'ALTIPLANO', Malena Szlam
'ALTIPLANO', Malena Szlam
'ALTIPLANO', Malena Szlam
'ALTIPLANO', Malena Szlam
'ALTIPLANO', Malena Szlam
'ALTIPLANO', Malena Szlam
'COYOLXAUHQUI' (2016), Colectivo Los Ingrávidos
'COYOLXAUHQUI' (2016), Colectivo Los Ingrávidos
'COYOLXAUHQUI' (2016), Colectivo Los Ingrávidos
'COYOLXAUHQUI' (2016), Colectivo Los Ingrávidos
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Trazos de Silencio', Valentina Atilano Pelayo
'Les Mains Negatives', Ana Vaz
'Les Mains Negatives', Ana Vaz
'Les Mains Negatives', Ana Vaz
'Les Mains Negatives', Ana Vaz
'Les Mains Négatives', Marguerite Duras
'Les Mains Négatives', Marguerite Duras
'Mal di Mare', João Vieira Torres
'Mal di Mare', João Vieira Torres
'Mal di Mare', João Vieira Torres
'Mal di Mare', João Vieira Torres
'Mal di Mare', João Vieira Torres
'Leche', Naomi Uman
'Leche', Naomi Uman
'Mala Leche', Naomi Uman
'Mala Leche', Naomi Uman
'Mala Leche', Naomi Uman
'Mala Leche', Naomi Uman
'Mala Leche', Naomi Uman
'Piensa en mí', Alexandra Cuesta
'Piensa en mí', Alexandra Cuesta
'Piensa en mí', Alexandra Cuesta
'Piensa en mí', Alexandra Cuesta
'Piensa en mí', Alexandra Cuesta
'Piensa en mí', Alexandra Cuesta

Paisagens Políticas propõe uma viagem por múltiplas geografias cinematográficas do continente sul americano. Dos anos sessenta do século passado até aos nossos dias, do Brasil à Argentina, passando por México, Chile e Equador, e fazendo um desvio por Paris e Califórnia, o ciclo conjuga quatro gestos plurais que lançam uma dilatação topográfica ao corpo do olhar da história canónica do cinema.

Ao questionar os limites semânticos e fronteiriços do termo paisagem, as realizadoras Ana Vaz, Alexandra Cuesta, Valentina Pelayo Atilano, Helena Solberg, Malena Szlam, os realizadores João Vieira Torres e Luiz Rosemberg Filho e o Colectivo Los Ingrávidos inscrevem a experimentação estético-formal da linguagem cinematográfica numa interrogação epistémica, ética e política da relação do cinema com o mundo e as histórias, procurando revelar outros e novos eixos de reflexão veiculados pela imagem em movimento. Através de reflexões e expressões múltiplas, confrontam-se os modelos de representação vigentes a respeito de problemáticas como o passado e o presente colonial, violência de género, migração, ditaduras políticas e instituições de cariz repressivo.

Daí resulta uma proposta de transformação radical da práxis cinematográfica, pautada por um modus operandi patriarcal e um dispositivo técnico com motivos e efeitos colonizadores. Fragmentando o conceito de subjectividade na sua acepção ontológica ocidental, a paisagem liberta-se enfim de uma inteligibilidade estática para formas ético-políticas que se constituem e reconstituem a partir de outros e novos territórios, corpos, rostos, vozes e gestos.

A convite de Cátia Rodrigues, os textos das folhas de sala das três primeiras sessões são da autoria de Laila Nunez, Raquel Schefer e Teresa Vieira.

4 de Julho

Sessão #1, em parceria com CINELIMITE | Duração: 75′.

MEIO-DIA (1969), Helena Solberg | Brasil | 10’
com o apoio da Radiante Filmes

Filmado em 35mm em São Paulo, Meio-Dia (1970) marca o primeiro filme de ficção de Helena Solberg. Reminiscente do Zero de conduta, de Jean Vigo (1933), e do Os Quatrocentos Golpes, de François Truffaut, o filme retrata a revolta de um grupo de crianças em sua escola diurna. Realizado durante um dos momentos mais social e politicamente repressivos da ditadura militar brasileira, o filme pode ser visto como uma alegoria para a construção de tensões entre a população brasileira que vivia sob a opressão.

IMAGENS (1972), Luiz Rosemberg Filho | Brasil | 65’
com o apoio da CAVIDEO

Sem sons, sem diálogos e com actores desconhecidos, as imagens são o foco deste filme. Imagens que querem despertar, questionar momentos determinantes, o estado das linguagens de um sistema, a moralidade das mortes, a imobilidade, o silêncio, entre outros temas. Imagens (1972) é a sua segunda longa-metragem e é um dos seus filmes mais explosivamente anti-autoritários, criticando a brutalidade da ditadura militar, a influência do imaginário capitalista na vida quotidiana e a presença constante de potências estrangeiras em todo o país.

11 de Julho

Sessão #2 | Duração: 92′

LECHE (1999), Naomi Uman | México, USA | 30’

Em Leche, Uman regista em poderosas imagens a preto e branco o quotidiano de uma família de produtores de leite em Aguascalientes, México. Uman viveu com a família durante um ano, filmando e processando manualmente o filme no local para desenvolver um retrato documental da sua vida quotidiana.

MALA LECHE (2003), Naomi Uman | USA | 47’

Mala Leche retrata os membros de uma família de camponeses mexicanos, apresentada no filme anterior de Uman, Leche (1998).  Vivendo agora no Vale Central, na Califórnia, eles continuam a trabalhar com gado leiteiro, mas em circunstâncias muito diferentes.

Já não é a preto e branco, mas a cores. Já não se passa no México, mas na Califórnia. Os protagonistas perseguiram o sonho americano, mas os seus sonhos não se realizaram.

PIENSA EN MÍ (2009), Alexandra Cuesta | Equador, USA | 15’

Movendo-se de leste para oeste e vice-versa, as janelas de um autocarro enquadram secções fugazes da paisagem urbana. Ao longo do dia, imagens de passageiros, texturas de luz e fragmentos de corpos no espaço juntam-se para tecer um retrato em movimento; uma viagem contemplativa dos transportes públicos na cidade de Los Angeles.

18 de Julho

Sessão #3 | Duração: 55′.

ALTIPLANO (2018), Malena Szlam | Chile, Argentina | 15’

Filmado nos Andes, nas terras tradicionais de Atacameño, Aymara e Calchaquí-Diaguita, no Norte do Chile e noroeste da Argentina, Altiplano passa-se num universo geológico de antigos solares, desertos vulcânicos e lagos coloridos. Situado no coração de um ecossistema natural ameaçado pela recente exploração geotérmica e por um século de práticas mineiras de salitre e nitrato, Altiplano revela uma terra antiga que testemunha tudo o que é, foi e será.

TRAZOS DE SILENCIO (2022), Valentina Pelayo Atilano | México, Espanha, Portugal | 28’

Assemelhando-se a uma constelação de ideias e sentimentos de uma terra (ainda) ferida, a viagem de táxi da cineasta pela Cidade do México entrelaça-se com o relato de Bernal Díaz del Castillo sobre “A Verdadeira História da Conquista da Nova Espanha”. Daí brotam os ecos da violência e o que permanece em silêncio.

COYOLXAUHQUI (2016), Colectivo Los Ingrávidos | México | 10’

Coyolxauhqui reencena o episódio mítico do desmembramento da divindade homónima, a deusa asteca da lua, pelo seu irmão Huitzilopochtli, o deus da guerra, do sol e do sacrifício humano. O filme é um poema perspicaz que levanta o véu sobre o drama contemporâneo do feminicídio no México, a sua relação com a história do patriarcado e as suas raízes em padrões culturais profundos.

25 de Julho

Sessão #4 | Duração: 45′.

LES MAINS, NÉGATIVES(2012), Ana Vaz | França | 15’

Um postal, os mercados de segunda mão de Saint-Ouen.

LES MAINS NÉGATIVES(1979), Marguerite Duras | França | 14’

O amanhecer em Paris leva a escritora e autora Marguerite Duras a recordar a aurora da humanidade, invocada face às impressões de mãos com 30.000 anos que se encontram nas paredes das grutas de Magdalenian, ao largo da costa atlântica da Europa. Les Mains Négatives conduz uma sinfonia citadina em silêncio, acompanhada por Duras em solilóquio sobre o amor e a solidão.

MAL DI MARE (2021), João Vieira Torres | Brasil, França | 15’

Mal di mare é um desafogo, um grito cantado em ondas, movendo-se através de um corpo nauseado pelo confronto com a violência do mundo sempre em turbilhão. Esse canto improvisado tenta quebrar o vidro invisível que separa o olhar e as realidades daqueles que podem observar de longe e daqueles que são observados, mas que, na maioria das vezes, são impedidos de devolver tal olhar. Quem/o que falta no espaço? O filme foi rodado durante a Bienal de Veneza de 2019 e construído em torno de uma ação performativa realizada pelo próprio cineasta no espaço de exibição.

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