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Conversa sobre dois trabalhos audiovisuais da artista Anna Bella Geiger

— com Cristiana Tejo, Giulia Lamoni, Margarida Brito Alves e Marta Mestre

qui19.12.1919:00
Galeria Zé dos Bois


Apresentação de "Circumambulatio" e "Mapas Elementares I", audiovisuais da artista Anna Bella Geiger e conversa com Cristiana Tejo, Giulia Lamoni, Margarida Brito Alves e Marta Mestre.

No contexto da exposição “Alto Nível Baixo”, com curadoria de Marta Mestre e Natxo Checa, a ZDB apresenta pela primeira vez em Portugal, dois trabalhos da artista brasileira Anna Bella Geiger, “Circumambulatio” (1972-2013) e “Mapas Elementares” (1976). A apresentação dos audiovisuais será seguida de uma conversa com as curadoras e historiadoras de arte: Cristiana Tejo, Giulia Lamoni, Margarida Brito Alves e Marta Mestre. O trabalho de Anna Bella Geiger será abordado à luz das relações entre arte e pedagogia experimental no Brasil, no contexto dos cursos de Geiger no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no início dos anos 1970.

Anna Bella Geiger

Anna Bella Geiger (Rio de Janeiro, 1933) é uma artista pioneira no cenário brasileiro, com uma obra de caráter verdadeiramente inovador e experimental, que cruza dimensões e simbologias de ordens política e pessoal, corporal e conceitual, formal e estética. Geiger foi uma das primeiras artistas a ter engajamento com a arte abstrata no Brasil e, desde os anos 1970, com vídeo, arte conceitual e arte postal. Como refere o curador Bernardo Mosqueira: “No começo dos anos 70, Anna Bella Geiger passou a exercer atividades pedagógicas ligadas ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Suas aulas se tornaram cada vez mais experimentais até que Anna Bella, com base numa pesquisa sobre o simbólico a partir da leitura obsessiva de Jung e Mircea Eliade, decidiu propor a seus alunos uma investigação sobre a ideia de Centro utilizando apenas terra, a superfície da Terra e os instrumentos (como pás, ancinhos, enxadas, cordas e vassouras) que levariam consigo para a deserta beira da Lagoa de Marapendi, longe da repressão dos militares, na então quase inabitada Zona Oeste carioca. O experimento foi objeto de registros fotográficos e resultou em exposições audio-visuais em que se associava o uso de projetores de slide a equipamentos de som. A relação espiritual e ecológica com a natureza característica desses experimentos tornou o próprio mundo o suporte da arte produzida por Anna. O resultado dessas práticas apontou para a expansão infinita das possibilidades da ação criativa, mas, por isso, também para sua própria exaustão. Isso fez com que Anna ficasse algum tempo sem produzir, se dedicando exclusivamente à atividade intelectual e educativa”.

Cristiana Tejo

Cristiana Tejo (Brasil/Portugal) é membro integrado do Grupo de pesquisa em Estudos de Arte Contemporânea do Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa e investigadora do projecto Artists and Radical Education in Latin America: 1960s-1970s. É co-curadora da Residência Belojardim, no Agreste de Pernambuco. Foi co-fundadora do Espaço Fonte – Centro de Investigação em Arte (Recife), coordenadora-geral de Capacitação e Difusão Cultural da Fundação Joaquim Nabuco e curadora de Artes da mesma instituição. Foi co-curadora do 32º Panorama da Arte Brasileira, MAM-SP (2011), diretora do Museu de Arte Moderna do Recife (2007-2008) e curadora dos Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural (2005-2006). Foi também curadora da sala especial de Paulo Bruscky na Bienal de Havana (2009) e Bruscky Invent’s na Dan Gunn Gallery (Berlim, 2015). Suas principais publicações são Guia do Artista Visual – Inserção e Internacionalização (2018),Cinco dimensões da curadoria (2017), a organização de Paulo Bruscky: Arte e multimeios (2014) e Panorama do pensamento emergente (2011). Seu texto mais recente foi publicado no livro Teresa Burga: Aleatories structures, da editora Jrp-Ringer. Ela tem escrito para revistas de arte Select e Terremoto. Cristiana participou de vários júris e comissões como BACA (Maastricht 2014), Videobrasil (2013), Petrobras Cultural (2012), Funarte (2012, 2007, 2004), Prêmio Marcantônio Vilaça CNI-SESI (2006, 2014), Salão Arte Pará (2007/2013) e Salão de Arte do MAM-BA (2007). É doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco.

Giulia Lamoni

Giulia Lamoni (Itália/Portugal) é pesquisadora FCT no Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa. Entre 2016 e 2018 foi Professora Auxiliar Convidada na mesma universidade. O seu trabalho explora as articulações entre a arte e os feminismos em Portugal e na América Latina nas décadas de 1960 e 1970, as relações entre arte contemporânea e processos migratórios e a formação de redes artísticas transnacionais, formas heterogéneas de colaboração e diálogo desde a década de 1960 até ao presente. A sua pesquisa é financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia em Portugal. É Investigadora Responsável do projecto de investigação “Artists and Radical Education in Latin America: 1960s-1970s” (2018-19) e co-coordenadora da linha de investigação “Cultural Transfers in a Global Perspective” do Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa. Foi co-curadora da exposição “Co-Habitar” na Casa da América Latina em Lisboa (2016-2017) e curadora de “Eugénia Mussa, Meridiano Pacífico” na Galeria Quadrum em Lisboa (2017). Seus textos foram publicados em revistas como Third Text e Manifesta Journal: Around Curatorial Practices, e em exposições de catálogos e livros do Centro de Arte Moderna / Fundação Gulbenkian, Centre Pompidou e Tate Modern. Em 2017, foi Brooks International Fellow na Delfina Foundation e Tate Modern Curatorial em Londres. Com um PhD em Estética / Artes e Ciências da Arte pela Universidade de Paris I / Panthéon Sorbonne.

Margarida Brito Alves

Margarida Brito Alves (Portugal) Margarida Brito Alves é Professora Auxiliar no Departamento de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou em História da Arte Contemporânea em 2011. É vice-directora e investigadora integrada do Instituto de História da Arte, sendo coordenadora do Grupo de Estudos de Arte Contemporânea e da Linha de Investigação “Spatial Practices in Contemporary Art”. É autora dos livros O Espaço na Criação Artística do Século XX. Heterogeneidade. Tridimensionalidade. Performatividade. (Lisboa: Colibri, 2012) e A Revista Colóquio / Artes (Lisboa: Colibri, 2007). Foi co-curadora das exposições Salette Tavares: Poesia Espacial (CAM/ Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2014) e Co-Habitar (Casa das Galeotas, Lisboa, 2016).

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