Esta mostra de(sta) peça(s) que apresento, ou se apresentam, agora, são resultado desta quotidianidade de recolhimento. Quis emmentes edificar composição ou em grande parte arrumar ideias já trabalhadas anteriormente, gravadas até. Aproveito, então, para me entregar pela primeira vez à guitarra acústica de cordas de nylon, mais conhecida como guitarra clássica, depois de contacto superficial durante a adolescência, com reservas e/ou dúvidas se sou essa pessoa que por “ali” existia, se é que era, se sou, se não sou, ou se o ser existe, e se vale a pena. Evoco então ideias de composição, harmonização, recursos técnicos, e outras instituições, interiorizadas algures, por vezes complexo, por vezes simples, não tenho a certeza se assim é. Erro sem destino por caminhos próprios, sisma rumo ao Lugar perseguido, solidão eminente talvez. Alguma coisa por milagre ou simplesmente por um acaso fica. “O” contacto que me lembro! Tenho comigo, ataca-me, que sigo e seguirei sempre, independente da razão ou razões, um certo caminho que aponta talvez sensatamente para o “meu” caminho, “este meu” sonho ou simplesmente visões os flashes que ecoam de mim para mim ou para outros, enfim, a poesia desse fenómeno que é o que me fascina e obriga, em conformidade, claro, com o (mundo) que observo/sinto e/ou me restringe, pois a ‘verdade” é um todo, aprendi! Vulgarizando: uma só resposta perante qualquer acto ou fenómeno é uma afronta. Tudo é dificílimo e uma desgraça… E uma violência. Porém: Antes morrer do que violentar! Tudo deambulações lado a lado com o medo da não morte. E é isso que vai soar! Em suma: solo de composição escrita com guitarra acústica de cordas nylon.
Luís Lopes
— Apresentação de 'Emmentes'
O concerto terá lugar no Aquário, cumprindo as regras de distanciamento social previstas pela DGS. A lotação é limitada e o uso de máscara obrigatório.
Luís Lopes
Incubou no Rock e nos Blues, antes de incursar no Jazz e na música improvisada. Constitui e lidera formações musicais que cedo o colocaram na cena internacional, das quais se destacam o Humanization 4tet (com o saxofonista português Rodrigo Amado e os texanos Aaron e Stefan Gonzalez), Lisbon Berlin Trio (com os alemães Christian Lillinger e Robert Landfermann), Guillotine (com o francês Valentin Ceccaldi e o norueguês Andreas Wildhagen). Participa em colectivos como os luso-suíços Big Bold Back Bone ou com músicos portugueses de onde se destacam o trio Garden (com Bruno Parrinha e Ricardo Jacinto) e o ensamble de 9 elementos lisboetas LFU-Lisbon Freedom Unit. Apresenta-se também em solos que assentam num conceito de experimentação que vai do noise ao pianíssimo, ou ainda de composição e construção harmónica.
Destaca-se ainda o seu gosto por duos, vertente que iniciou com Jean- Luc Guionnet, Fred Lonberg-holm ou Julien Desprez. Luís Lopes tem discos editados na Clean Feed, Shhpuma Records, Wide Ears, Creative Sources, Ayler Records, JACC, e na sua própria LPZ Records, discos esses aclamados nos mais importantes jornais, revistas e blogs um pouco por todo o mundo, como a Wire (Inglaterra), Citizen Jazz, Jazz Magazine e improjazz (França), Enola Magazine (Bélgica), Downbeat, All About Jazz NY, Cadence Magazine, NY City Jazz Records, Signal to Noise, Point of Departure (Estados Unidos), Toma Jazz (Espanha), All about jazz Italy (Itália), Jazz’n’more/blues roots (Alemanha), FreeForm FreeJazz (Brasil). Tem marcado presença em palcos como: Jazz em Agosto (Gulbenkian), Jazz ao Centro Coimbra, Portalegre Jazz Fest, Seixal Jazz, Sines em Jazz, Serralves em Festa, Festival Rescaldo Culturgest, Ljubljana Jazz Fest, Konfrontationen Fest Nickelsdorf Austria, Tricollectif Soiré Tricot Fest Paris, Jazz or Jazz Fest Orlean, Clean Feed New York Fest, Clean Feed Chicago Fest, Clean Feed Colónia Fest, Clean Feed Berlin Fest, Snug Harbor New Orleans, The Stone New York, HideOut Chicago, Ausland Berlin, Exploratorium Berlin, Occi Amesterdão, Klappfon Fest Basel, Win Zurich, Hærverk Oslo, Brötz.