É nas paisagens idílicas do Quebec que nasce o garage rock mais excitante do Canadá. Paul Jacobs, homem de guitarras afiadas, onde as canções felizes ganham contornos de excitação acentuada pelas secções rítmicas velozes e os pedais recheados de fuzz. Um cenário irónico de imunda felicidade pela explosão de riffs catatónicos, alimentados por vociferações elevadas de aposta lo-fi e assente nos antepassados do punk. “Pictures, Movies & Apartments” editado em 2016, indicado “Álbum Garage Rock do Ano” pelo jornal britânico The Guardian, afirmando Paul Jacobs no universo do género. Uma obra que se tornou um must da cena underground, mas que carrega tanto do rock praticado na costa californiana, como se eleva pelas estradas do garage exploradas pelos The Sonics, na década de 60.

Paul Jacobs, enquanto one-man-show, marcou actuações explosivas por toda a América do Norte, porém, o compositor canadiano alargou o formato e, desde 2013, apresenta-se em palco acompanhado por mais elementos. A máquina foi bem montada e a banda continua a desbotar acordes electrizantes, deixando palcos alagados de energia revigorante. “Story About Anything”, o EP (Story About Anything) e o álbum (EASY (Plus extra S​*​*​T)), ambos editados este ano, carimbam o concerto de Paul Jacobs no aquário da ZDB, numa estreia absoluta no nosso país.

Com o punk bem presente nos instrumentos, os Fugly não são apenas um conjunto de amigos a compor música de destruição maciça. São a voz de uma geração que não passou pelo punk, mas sentiu necessidade em chamá-lo com relativa urgência. A juventude da banda passa por composições frenéticas, versos de jovial sabedoria e riffs que vão directos ao assunto. Podem ver os dias passar em frente a uma consola ou passear de skate na mão, contudo, estes millenials não se resignam e transportam nostalgia anarquista até ao palco.

Filhos do noise e do garage punk nacional, o trio nortenho regressa à ZDB com o novo “Millenial Shit”, álbum editado no início deste ano. JH