A brand new spoken-word monologue & “live-action juke-box”
por Guillermo Gómez-Peña & Balitrónica
Utilizando uma roleta de casino e técnicas esotéricas, recorrendo ao tradicional baralho de tarô, Balitrónica – poeta cyber-feminista e pedagoga radical – usa várias formas de magia de oráculo para selecionar textos do repertório do La Pocha Nostra, de spoken-word e adereços para a atuação ao vivo de Gómez-Peña. O destino do guião e a performance são determinados por métodos de adivinhação e acaso. Neste novo projecto de La Pocha Nostra, os artistas são “desligados”, pensando em voz alta e articulando os desafios e possibilidades de reinvenção no meio de múltiplas pandemias. A performance inclui novos textos escritos durante os últimos dois anos combinados com “clássicos” dos próprios arquivos vivos de Gómez-Peña.
Guillermo Gómez-Peña é um dos nomes mais importantes dos estudos da performance, em articulação com a antropologia e demais ciências sociais, os estudos queer e de género, e os estudos de fronteira e migrações. Guillermo Goméz-Peña virá acompanhado por Balitrónica, parceira no colectivo La Pocha Nostra. Esta iniciativa é organizada em parceria com o Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), o Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas (LIPA) da Universidade de Coimbra, a Galeria Zé dos Bois e o CRIA, e conta ainda com o apoio do Hangar e de Arte Acción (Doris Difarnecio & Chill Hill).
Declaração artística de Gómez-Peña: “A minha nova performance representa o fruto do trabalho da minha vida em todas as suas iterações: performance ao vivo, conferências, arquivo, trabalho literário, mentoria, activismo comunitário, tudo isto juntado para enfrentar os perigos dos tempos em que vivemos com o seu desrespeito pela vida humana e o enfraquecimento insidioso da democracia. Neste momento da minha vida estou a pensar tanto no legado como a tentar produzir continuamente obras de arte experimental socialmente engajadas, que estão simultaneamente ligadas aos debates nacionais. Aprendi com décadas de material de performance itinerante para locais para além da fronteira que um apelo à ação – sob a forma de uma obra de arte – tem o poder de suscitar compaixão e de inculcar um desejo de justiça social. Para mim, a arte performativa é uma forma de democracia radical e cidadania que depende da presença do público/comunidade para ter sucesso. Vejo a minha abordagem à criação desta peça híbrida como “executando os arquivos” para múltiplos contextos: O mundo da arte, a academia, a comunidade e os meios de comunicação social. Estou particularmente interessado em ligar-me a uma nova geração de membros da audiência que talvez não tenham sido expostos à história da minha geração, à arte performativa e ao movimento Chicano”.