Desde 2018 que o duo LEYA tem vindo a desenvolver um laboro artístico absolutamente enigmático. O encontro entre a harpista Marilu Donovan e o violinista Adam Markiewicz aconteceu após várias vidas por detrás de projectos ligados ao noise, punk e outras expressões de desafio sonoro e cultural. Abandonando a abordagem do conservatório musical onde adquiriram ditas competências técnicas, o que surgiu adiante foi uma viagem pessoal de um e outro que eventualmente conduziu ao surgimento de LEYA enquanto espécie de unidade criativa.
A criação de espaços imaginários e ambíguos surge aqui como meio essencial e não como mero fim; um meio quase ritualista até de dar forma a expressões puramente anímicas. Porque a música de LEYA vive desse estado além do real, as atonidades que escutamos, as melodias serpenteantes que se sentem e o silêncio que arde lentamente estes elementos torna-os um dos exemplos mais raros de música exploradora neste momento. Partilham do mesmo negrume sagrado e profano de Jarboe e Swans (na voz de Donovan) e evocam semelhante magia solitária de Jandek numa incessante busca esotérica por respostas.
Flood Dreams became in 2020 the album that would bring these ideas and perspectives more present than ever – and after an already enchanting work called The Fool, featuring guest appearances by the likes of Sunk Heaven, PC Worship or Eartheater). But LEYA’s unpredictable and ever-changing nature led them to return this year for a next chapter. Eyelinecame out somewhere last November as a mixtape sketch during a tour. As it took shape they called in such modern day constellations as Actress, Claire Rousay, Martha Skye Murphy or the aforementioned Eartheater, to add new textures and filaments to LEYA’s dark matter. The result is only one of the most intoxicating albums of 2022 – and still deserving justice to reach a wider audience. Lisbon is thus one of the cities to receive the European tour that will make ZDB fallow for an unmissable night. NA