Lichtspiel Opus I
Walter Ruttmann, 1921
Digital, color, sound, 10min
“Esta técnica de pintura animada confere às formas um aspeto flutuante e irregular, uma textura modelada por toques de luz e de sombra, uma fluidez de movimento aliada a uma certa densidade. (…) Opus I é estruturado a partir de antagonismos entre formas pontiagudas e sinuosas que disputam o centro do ecrã em movimentos trepidantes ou ondulantes e rodopiantes, numa progressão que vai da apresentação dos motivos a um clima de luta de formas e, por fim, uma estase.”
– Dominique Willoughby
⟡
7362
Pat O’Neill, 196
16mm, color, sound (optic), 10min
“Na verdade, estava mais a tentar obter algo de gráfico, bidimensional, do que uma ilusão. A solarização, a impressão bi-pack (positivo/negativo) e todas as outras coisas que estava a fazer para ‘achatar’ a imagem eram simplesmente uma forma de fundir todos os fragmentos e os elementos mecânicos em algo unificado. Pensando bem, sinto que, de certa forma, o filme trata realmente de energia, de força imponderável, todas essas coisas que compõem a vida.”
– Pat O’Neill
⟡
Rainbow dance
Len Lye, 1936
16mm, color, sound (optic), 5min
“Um arco-íris aparece por detrás de um homem numa rua chuvosa, transformando-o numa silhueta colorida, e as suas roupas citadinas em roupas de caminhante. Lançando-se numa série de atividades de verão, ele dança através de uma fantasia de cores… (…) Em Rainbow dance, a cor é usada de forma ‘espacial’, ou seja, ela aproxima-se do olhar ou afasta-se dele, desaparece e reaparece segundo ritmos cromáticos precisos…”
– Len Lye
⟡
Reasons to be glad
Jeff Scher, 1980
16mm, color, sound, 4min
“Fiz este filme experimentando com um rotoscópio caseiro. Todo ele foi desenhado em cartões. É uma espécie de postal para o Dia dos Namorados, dedicado ao cinema, à vida e também a Xavier Cugat.”
– Jeff Scher
⟡
Begone Dull Care
Norman McLaren & Evelyn Lambert, 1949
Digital, color, sound, 7min50
“O trio Oscar Peterson interpreta uma série de peças do seu repertório, e Norman McLaren e Evelyn Lambart traduzem estes sons, guiados apenas pelo seu talento e imaginação livre.”
– Office national du film du Canada
⟡
Demoni
Theodore Ushev, 2012
Digital, color, sound, 3min30
“Uma história sobre uma casa, uma chaminé e um gato vermelho. A animação foi criada utilizando 50 discos de vinil, pintando diretamente sobre as chapas com marcadores de tinta a óleo, gel e acrílicos. Foram utilizadas diferentes velocidades do gramofone ‘Viking’ para criar o movimento.”
– Theodore Ushev
⟡
Dancing in the grain
Dominique Willoughby, 2023
Digital, color, sound, 5min
“Uma dança serpentina, um striptease, discos estroboscópicos, medusas, cactos insufláveis e outros fragmentos dançantes são percorridos pelos transes do grão da película em massas turbulentas. Sinking in the grain, the brain, the drain.”
– Dominique Willoughby
⟡
Loïe
Noé Balthazard, 2023
Digital, color, sound, 5min40
“Utilizando as ferramentas atuais (IA, codificação interactiva), este filme propõe atualizar a dança serpentina como protocolo de criação artística. Admirada tanto por Mallarmé como por Rodin, Loïe Fuller nunca quis ser filmada: é através de imitações da sua dança serpentina por outros, anónimos e múltiplos, que hoje temos estas imagens em movimento, que inspiraram as vanguardas artísticas até aos nossos dias. Numa altura em que a utilização massiva de algoritmos permite que máquinas aprendam a criar, minando as posições autorais tradicionais, este filme é também um manifesto por um cinema ciborgue, por uma sensibilidade colectiva e generativa.”
– Noé Balthazard