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Música
Concertos

Maria Reis ⟡ Anaís [Esgotado]

qua16.04.2521:00
Galeria Zé dos Bois


© Madalena Ribeiro da Fonseca

Maria Reis

Uma das mais acarinhadas e respeitadas vozes da canção feita em Portugal, Maria Reis tem-nos deixado um legado que irá, sem sombra de dúvida, perdurar no cânone cancioneiro deste país. Co-fundadora do colectivo e editora Cafetra, Reis começou desde bem cedo a revelar uma apetência inata para a escrita de canções, em particular com as Pega Monstro, banda que manteve com a sua irmã Júlia Reis e com a qual nos deixou hinos como ‘Akon’, ‘Amêndoa Amarga’ e ‘Partir a Loiça’. Após o hiato desta em 2018, e num processo crescente de depuração e audácia, tem trabalhado a solo com um poder afirmativo e uma sensibilidade muito suas.

Após um primeiro EP, ainda algo tímido e cru – Maria – lançado em 2017, foi em 2019 que deu definitivo arranque à sua música em nome próprio com o lançamento do celebrado ‘Chove na Sala, Água nos Olhos’. Disco que revelou em pleno a sua capacidade, quase casual, de pintar retratos impressionistas e vividos do mundano, convergindo toda a raiva, resignação e alegria melancólica de arrepiar caminho. Dois anos mais tarde, no seguimento de uma série de aparições ao vivo icónicas, grava ‘Flor da Urtiga’ com produção de Noah Lennox tcp Panda Bear. Um documento mais doce, atravessado por uma fina ironia, onde histórias de família, amor e toxicidade masculina se sustinham em camadas de guitarra acústica, leves percussões e harmonias celestiais.

Imune a regras e expectativas óbvias, ‘Benefício da Dúvida’ de 2022, assume uma produção mais despida que permite as canções respirarem ao seu mais essencial. Assente em arranjos simples mas vitais, e contando com a participação da sua irmã Júlia e produção do cúmplice Leonardo Bindilatti, ‘Benefício da Dúvida’ vai das cascatas de feedback de ‘Lobisomem’, às sonhadoras harmonias vocais da faixa título ou ao desespero calmo de ‘Elefante na Sala’, num todo tão honesto quanto bravo na sua progressão.

Após aquela que pode ser vista como uma trilogia de curta e média duração e volvidos exactamente dois anos desde ‘Benefício da Dúvida’ encerrou esse mesmo ciclo, num processo constante de aprendizagem, Maria Reis regressa às edições com ‘Suspiro…’. Álbum criado em estreita colaboração com Tomé Silva, captado na intimidade do seu quarto, e que sem cortar com esse passado ainda recente, reflecte uma maturidade lírica e de arranjos apenas possível a quem reconheceu todos os ensinamentos prévios para daí chegar a um novo patamar para a eternidade da canção. Disco que em 11 canções compõe todo um mosaico de vivências reais e imaginadas onde todas se podem, de uma ou outra forma, espelhar. No fundo, algo que Maria Reis sempre tem vindo a fazer com notável saber, honestidade e jogo de cintura.

Anaís

Depois de ouvir muita música, Anaís decidiu que estava na altura de criar um som próprio. Em 2024 lançou a sua primeira EP intitulada “Dores de Crescimento” com quatro músicas, e a partir daí seguiram-se outras canções sobre as coisas que lhe vão acontecendo. Dentro do seu quarto produz músicas nos universos do lo-fi, bedroom pop, bossa nova e pop-rock.

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