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Concertos

Tzusing ⟡ NA O MI

qua17.10.1822:00
Galeria Zé dos Bois


Tzusing
NA O MI

Tzusing

No meio da horda indisciplinada que procura fazer jogo duro na pista que vai reaparecendo no catálogo da L.I.E.S., Tzusing demarca-se logo por uma maior depuração e assunto no som, limpando a neblina de fita e o manto gimmicky de ruído falsamente lo-fi sem com isso deixar de ser genuíno ou qualquer outra assumpção trve underground que se cola demasiado a projectos desta natureza. Ou seja, dança filiada na herança rude do industrial, da EBM e do electro mais rugoso que descarta a postura macho e a confrontação bovina comuns nestas tipologias, para se assumir igualmente inconformista com autoridade. Na trilogia de ‘A Name Out of Place’ há um alinhamento na história ao momento em que a sequência de lançamentos de SPK e DAF se convertem aos passos martelados de Front 242 ou Nitzer Ebb, traduzidos em linhas de baixo virulentas, batidas cortantes e um uso de samples disparados como sirenes com tanto de disruptivo como de hipnótico. Filtrados pela geografia e idade do músico sediado em Taipei, que não terá propriamente feito parte do circuito de tape trading, esses trejeitos absorvem músicas enraizadas na cultura oriental reflectidas em escalas e texturas de percussão. Nesse comprimento de onda, e pensando que Nine Inch Nails terá sido um engate para daí ir retro-escavando no passado, a estreia em formato longo – 東方不敗 que se traduz por Dongfang Bubai, uma personagem de um livro de Jin Yong que se castra a si próprio para aprender uma arte marcial – dá continuidade a essa linguagem mas é ideologicamente e forçando a comparação mais ‘The Fragile’ do que ‘Pretty Hate Machine’ com o uso habilidoso do sampler a carregar com maior presença o peso histórico da percussão e das cordas do Oriente: Médio Oriente e China em particular, mesmo que o próprio tenha afirmado numa entrevista que não se sente assim tão confortável com essa reaproximação às origens sob pena de se apropriar de algo que não lhe pertence. Admira-se a transparência e não deixa de ser um receio com algum fundamento muitas das vezes, mas neste caso é mesmo infundado. A sua música escapa a qualquer tipo de acção predatória para se assumir muito sua. BS

N A O MI (dj set)

Surgida mais ou menos recentemente no epicentro de todo um movimento agitador com consciência, fé e vitalidade onde encontramos o colectivo Rabbit Hole ou as noites Mina – onde é residente – NAOMI tem vindo a tomar um pulso cada vez mais firme nos giros do clubbing lisboeta com aparições regulares nos lugares de vistas largas. Com atitude e sentido de comunidade no lado mais virulento da celebração, assenta no techno de facção brutalista e na transcendência por via das linhas acid e todo um campo magnético – hardcore, electro, indefinições – igualmente vital.

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