Naquele que tem sido um “regresso” de frutuosa actividade do trompetista Luís Vicente, este novo quarteto magicado pelo próprio é reflexo de uma rede de ligações de cumplicidade e respeito mútuo estabelecida em solo europeu. Ao trio de Vicente, do saxofonista John Dikeman e do baterista Onno Govaert – em rodagem desde 2015 – junta-se ao brilhante contrabaixista Luke Stewart, figura central da cena nova iorquina e já conhecida também dos palcos do nosso país. Vida imponente mas que aqui nunca cede ao peso da hierarquia, revelando uma comunicação aberta em quatro frentes apesar das diferenças geográficas e geracionais. Tanto Dikeman como Govaert têm estreitados laços com músicos daqui, com o primeiro a fortalecer também uma relação já algo duradoura com os lendários William Parker e Hamid Drake – que se juntaram também a Vicente, como no recentemente editado Goes Without Saying, But It’s Got to Be Said pela JACC – e o segundo a propalar a vitalidade da fértil cena holandesa. Trajectos bem sedimentados, tal como o de Luís Vicente, cada vez mais um dos músicos de valor e reconhecimento a operar daqui para todo o lado. Chegam-nos à ZDB no percurso de uma tour que vai passar por várias salas de respeito do país. BS